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quinta-feira, 28 de maio de 2009

Entrega

Não, não é uma encomenda.
São os sentimentos do palhaço, do clown.A elaboração do clown é difícil porque ele precisa botar para fora os sentimentos, os mais puros. Se ele está alegre, está alegre. Se está triste, está triste. Colocar para o seu corpo essa realidade não é simples. Se pensar "como eu faço isso?", "como faço aquilo?", não vai dar certo.Deixar acontecer. Entregar-se para as brincadeiras, para o jogo. Permitir a liberação de sua criatividade, sem as amarras das preocupações.
Libertar-se.
E fazer com intensidade, com vontade sempre crescente. O ato da entrega para o clown está relacionado com a sua vontade e o desejo de libertar-se, de transpor limites. Até onde eu posso chegar? - essa sim é uma boa pergunta. O ato da entrega também está ligado com o público, com a busca pela aceitação. Esse é um desafio, com o qual o clown terá de lidar durante toda sua existência. Quanto mais intensidade usar, mais o clown quebrará sua barreiras, limites. E fará algo especial, marcante - para os outros, mas muito mais para si - o que lhe conferirá um sentido para a vida e estímulo para o aperfeiçoamento constante.

2 comentários:

Vivi disse...

“ Antes eu queria ser os outros para conhecer o que não era eu. Entendi então que eu já tinha sido o outro dos outros e isso era fácil. Minha experiência maior seria ser o outro dos outros: e o outro dos outros era eu.”

Clarisse Lispector

Paulo disse...

clown "has no limits"...