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quinta-feira, 30 de abril de 2009

Insólita experiência


Dia 27, segunda-feira, os doutores palhaços do grupo Roda Gigante, do Rio de Janeiro, apresentaram a peça 'Inventário' na Fundação Cultural de Blumenau.

O auditório estava completamente lotado. Os palhaços emocionaram. Foram intensos momentos de alegria e tristeza, mostrando a "insólita experiência" da relação entre artistas, pacientes, acompanhantes do enfermo, médicos e funcionários dentro dos hospitais.

Sutilmente é dado um recado pra quem tem boa vontade para ajudar ao próximo. Se você não ama (e não está disposto a sofrer com...) a arte do palhaço, você não tem a obrigação de imitá-los colocando um nariz vermelho. Pode ajudar pacientes internados nos hospitais de diversas formas. Contando histórias, conversando, ensinando algum tipo de artesanato, ou seja, da maneira que você se sentir bem.





Imagem: capa caderno Lazer JSC.

quinta-feira, 23 de abril de 2009

Clown com dignidade

A foto mostra o clown Grock (1880-1959), que teve uma carreira de mais de 50 anos.

O que significa ser clown? Buscar a risada, o fracasso? As coisas pequenas, os gestos simples? Tudo isso junto?

Certamente.

Ser Clown é também levar dignidade. Afinal, buscamos o público, o contato com as pessoas.

Diante da platéia, devemos levar com seriedade (isso mesmo, palhaçadas com seriedade) as atuações.

Cativar as pessoas. Talvez seja essa a frase. E como cativar, sem expor o nosso melhor? Como expor o melhor, sem a dignidade? Dignidade das ações corporais, dos sentimentos propostos, das músicas, das piadas, dos cenários...

O público deve sentir alguma coisa com as apresentações. Não podemos dizer o que ele deve sentir, mas ele precisa sair modificado. E imaginemos o alcance da mensagem levada ao público, agindo com dignidade, com respeito, com alegria verdadeira!

quarta-feira, 22 de abril de 2009

Fracassar com talento

Para construir seu clown/palhaço é preciso colocar uma lupa sobre as próprias falhas, inaptidões e pudores. Exacerbá-los, aceitá-los e expô-los ao público. Um ator pode interpretar vários personagens, mas só um palhaço. Ser palhaço é ter talento para seus fracassos. Todo mundo está sempre procurando a singularidade do seu palhaço. Pode ser uma tendência à rabugice ou à nostalgia e até uma limitação física. O poder do palhaço está na fragilidade. Em uma sociedade tão competitiva , que cobra o tempo todo soluções, respostas, efetividade, ele é o oposto disso. É um alívio.
PEC

domingo, 12 de abril de 2009

Exagera a ti mesmo



Começa aqui. A pesquisa e atuação da arte do clown geram inúmeras reflexões. Iremos compartilhar a maioria delas aqui.
Não vemos a hora de encontrar e fazer vários amigos pelo caminho. Lembrando: é só o princípio.
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Se jogar numa aventura, descobrir-se. Eis um sentimento verdadeiro...

Sinto o clown/palhaço como uma pergunta para tudo. Ele ensina a conjugar o verbo subverter, inventa a própria realidade. Quebra as correntes da lógica e da razão.

Sinto o clown/palhaço como uma resposta para tudo. Algo que rebate as derrotas, as vitórias, os sonhos e as decepções, sem escondê-las.

Sinto o clown/palhaço como uma coisa que nem sei direito dizer o que é. Há todo um mistério e fascínio que envolve sua construção. É algo orgânico e espiritual.

Sinto o clown pela pureza e coragem, não somente pela técnica e talento.

Descubro a arte de rir de mim mesmo. Carrego no olhar todas minhas dúvidas e convicções.



A foto acima foi tirada durante a terceira intervenção de Juvenal (esquerda) e Ferrúcio (direita). Dia 05/04/09(domingo) fomos ao Parque Ramiro Ruediguer, em Blumenau.
Foto: TAMARA BEIMS GUAÑABENS
PEC