O riso, diz Wyndham Lewis, é uma explosão de energia nervosa que ataca os músculos da face. É inevitável que o “homem engraçado” seja um “homem com um ressentimento”. Os simples nomes de Twain e Leacok e Chaplin servem para recordar seus azedumes. A ira e a sensibilidade social aguçam a consciência do “homem engraçado”, o que torna suas “graças” cuteladas ou sondas na matriz cultural que o inferniza.
O humorista, como palhaço profissional, põe uma máscara institucional de um ressentimento coletivo. Em outro nível, todo imperador deve ter seu bobo da corte, ou “louco permitido”.
O palhaço é indispensável como um experimentador de platéia e como um avaliador do estado de espírito de um personagem governante. E ainda mais, sem seu palhaço, o imperador não tem meio de contato com o público.
A argúcia veio como substituto das armas: uma maneira de bloquear a ira do tirano e conhecê-lo melhor que ele mesmo.
...O saber é o “supremo tirano” e só há uma maneira de ficar em termos de igualdade...exercitando os músculos intercostais com o riso.
Fragmento do livro Do Clichê ao Arquétipo. Mcluhan, Marshall. Watson, Wilfred. 1973
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